Ao atingir a metade de seu terceiro mandato presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta desafios para consolidar uma identidade marcante em sua gestão atual. Diferentemente dos mandatos anteriores, que foram definidos por iniciativas de grande impacto como o Bolsa Família, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Prouni, o governo Lula 3 ainda não apresenta um programa que seja amplamente reconhecido como símbolo de sua administração.

Internamente, aliados e ministros reconhecem que, apesar do relançamento de políticas históricas como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, falta um projeto que se destaque como a “cara” do governo. Além disso, críticas apontam para a fragmentação das ações entre os 38 ministérios e a escassez de recursos, o que dificulta a execução de projetos de grande alcance.

Desafios e perspectivas para os próximos anos

Entre as iniciativas mais recentes, o relançamento do Novo PAC, com previsão de R$ 1,8 trilhão em investimentos até 2030, ainda não alcançou ampla visibilidade: 48% da população desconhece o programa, segundo pesquisa da Quaest. Outras medidas, como o programa de crédito Acredita e o Voa Brasil, também enfrentaram limitações, seja por execução abaixo do esperado ou por dificuldades no alcance do público-alvo.

Mesmo assim, o governo aposta em 2025 como um ano de avanços. Em entrevista recente, Lula afirmou que “as sementes foram plantadas” e prometeu resultados concretos no próximo ano. Entre as iniciativas destacadas, está o programa Pé-de-Meia, que visa incentivar a permanência de estudantes no ensino médio. Com forte aceitação pública, o programa é visto como uma das principais apostas para os próximos dois anos.

Enquanto enfrenta críticas e desafios, o governo Lula mantém o foco na reconstrução de políticas públicas e aposta em consolidar avanços nos setores de educação, infraestrutura e habitação como pilares para deixar sua marca.