Moradores de Americana caem em golpe e perdem mais de R$ 40 mil

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Dois moradores de Americana perderam R$ 42,2 mil nesta quinta-feira (11), após serem enganados por estelionatários, em golpes distintos.

Uma das vítimas, de 68 anos e moradora do Chácara Letônia, região da Praia Azul, caiu no golpe do falso WhatsApp. Segundo informações do boletim de ocorrência, uma pessoa entrou e contato com ela pelo WhatsApp usando a foto do filho dela, porém com número diferente do registrado em sua lista de contatos.

Durante a conversa, o golpista se passou pelo filho da mulher e disse que tinha perdido o número antigo. Como a imagem era do familiar, a vítima acreditou. Durante conversa com a vítima, o estelionatário afirmou que estava precisando de dinheiro, momento em que a idosa fez um Pix de R$ 3,5 mil. Após conseguir tirar o dinheiro da vítima, o golpista afirmou que precisaria de mais. Como a mulher não tinha o valor, ele orientou ela a solicitar um empréstimo de R$ 19 mil no banco.

Já na agência bancária, a vítima conversou com uma funcionária que desconfiou se tratar de golpe e incentivou a mulher a ligar para o filho, momento em que ela percebeu ter caído no golpe.

A outra vítima é um homem de 40 anos, que perdeu R$ 19,7 mil. Segundo consta no boletim de ocorrência, ele recebeu uma ligação de uma pessoa se passando por funcionária de um banco. Durante o contato, a golpista afirmou que foi feito uma transferência errada que cairia em sua conta e que ele teria que devolver esse valor.

Acreditando na falsa funcionária, ele seguiu as orientações da golpista e realizou a transferência e só depois percebeu que nenhum valor entrou em sua conta.

Os dois casos foram registrados na delegacia de Americana e serão investigados pela Polícia Civil.

Entenda como funciona o golpe do WhatsApp clonado
Em uma série de crimes, golpistas têm clonado o WhatsApp de usuários e se passam pelo dono da conta para pedir que conhecidos da vítima façam uma transferência bancária emergencial.

Em 2019, o laboratório de segurança digital da empresa PSafe registrou 413.240 tentativas de clonagem do WhatsApp no Brasil, média de 47 por hora.

De acordo com a empresa PSafe, o golpe funciona assim: o hacker tenta entrar no WhatsApp com o número do alvo escolhido. Neste momento, um código de liberação é enviado pelo aplicativo para o celular da vítima.

Tudo que o criminoso precisa fazer é dar um jeito de enganar a pessoa para que ela lhe diga o código.

 

Veja troca de conversas de golpista quando consegue clonar o WhatsApp – Foto: Reprodução
Ao digitar o código de liberação, o criminoso passa a ter acesso ao WhatsApp e à lista de contatos do alvo clonado, mas não às mensagens trocadas antes da clonagem – essas ficam armazenadas no celular clonado. O dono real do aparelho perde o acesso à conta.

Os bandidos então passam a abordar amigos da lista de contato do dono do celular, perguntando se estavam ocupados e pedindo que fizessem uma transferência.

DICAS

O WhatsApp recomenda a ativação da verificação em duas etapas. Se a conta foi roubada, é preciso entrar de novo no WhatsApp e inserir o novo código de segurança recebido pelo SMS. A pessoa que estiver usando a conta indevidamente será desconectada.

Porém, se o WhatsApp pedir o PIN (senha criada ao ativar a confirmação em duas etapas), então é possível que o golpista tenha ativado a medida de segurança. É preciso aguardar sete dias para poder acessar a conta sem o código.

Não passe seu código de confirmação, recebido por SMS quando se instala o WhatsApp, por exemplo, para ninguém.

Troca de aparelho
Outro golpe comum que tem ocorrido com bastante frequência e menos engenhoso que o anterior, em que o hacker precisa conseguir o número de segurança, é quando o estelionatário, com um número frio, se passa por algum familiar.

Nesse caso, o golpista coloca como perfil do WhatsApp os dados de algum parente e, se passando pelo familiar, dispara mensagens avisando que teria trocado de número por algum motivo.

Após pedir para o familiar salvar o novo número, o golpista inicia a conversa e pede para transferir dinheiro ou pagar alguma conta que está em aberto, justificando estar sem dinheiro ou sem acesso a conta no momento. Nesse caso, sempre busque confirmar pessoalmente ou com chamada em vídeo com a pessoa antes de fazer alguma transferência. Também vale verificar se a conta para qual está transferindo o dinheiro realmente pertence ao familiar, caso contrário, fique alerta para o golpe.

Com Informações: Paula Nacasaki